Meu filho tem hoje 3 anos e 1 mes, foi diagnosticado há quase 5 meses.


Senti a mesma dor profunda, de morte, que muitas aqui já relataram.


Foi como se tivessem arrancado meu coração do peito. Creio que poucas coisas no mundo possam doer tanto quanto ouvir que seu filho único, amado e esperado por 9 anos, tem um problema mental.


É como se, mesmo estando próximo, voce o tivesse perdido...


Mas não é minha dor que quero compartilhar. Isso todas nós conhecemos bem.


Quero compartilhar o sucesso do tratamento do meu filho.


Quero dar pra voces a mesma força que uma mãe iluminada me deu e que hoje deu tanto resultado com o meu filho.


EXISTE TRATAMENTO !!! E ELE FUNCIONA !!! A DIETA NÃO É TAO DIFICIL QUANTO PARECE!!! 


Não estou falando de cura, ainda. Estou falando de melhora significativa.



Um breve historico do caso: 
Gabriel sempre interagiu conosco, mas pouco. Olhava, mas pouco, e só falava as sílabas “ma” (mamae) e “pa” (papai) quando se deu o diagnóstico. Ele tinha aparente insensibilidade a dor, ausencia de medo de qualquer natureza. Fez estereotipias apenas 1 vez, por 15 minutos, mas não foi nada tao evidente que sugerisse autismo para um leigo.


Gostava de carinho, mas só às vezes quando estava a fim. Sempre foi uma criança bem alegre. Não se isolava. Na parte motora sempre foi muito bem, até acima da média. Como frequenta escolinha regular desde 10 meses, sempre tentou interagir com as outras criancas. Às vezes as criancas é que não queriam brincar com ele. Devido a ausencia de fala, ele não entendia o que elas queriam e elas desistiam de brincar com ele. Em resposta, ele as empurrava, ou tomava o brinquedo. O que sempre chamou a atençao foi a extrema agitaçao, e déficit de aprendizado devito à agitação e falta de concentração.


Era impossível ensinar qualquer coisa ao Gabriel. Ele não parava pra ouvir qualquer palavra ou sílaba. Não ficava sequer com o mesmo brinquedo por alguns segundos. 


Sempre foi quase impossível ensinar limites a ele. As fraldas então nem se fala! Tentei por exaustivos 3 meses, logo que ele fez 2 anos, mas não tive progressos.


Apesar de a pediatra dizer que estava tudo bem e postergar o diagnóstico por 6 meses, insisti em leva-lo à neurologista, suspeitando de hiperatividade.


Foi quando a neurologista disse que ele tinha o trantorno invasivo (que após uma via sacra com os melhores psiquiatras do país se confirmou como um autismo leve a moderado).

Hoje o Gabriel:
Fala quase 150 meias palavras, responde perguntas com “quéio, não quéio, não... “ gosta que eu leia histórias à noite pra ele (curtas), gosta de jogos, brinquedos, interage mais, olha mais no olho, concentra em um brinquedo por uns 15 minutos, pede as coisas com “dá”, entrega com “tó”, brinca de esconde esconde, grita “corre”quando eu faço o montro pra correr atras dele, me chama com “vem cá” ou só “cá”... conseguiu aprender 4 cores (embora só fale “zul”pra azul e “meio” pra vermelho), fala “pé, mão, Léo (amigo)”, fala umas 12 palavras inteiras. Conta até 5, meio que repetindo ainda. Atende pedidos de apagar a luz, fechar a porta, dar beijos nas pessoas, fazer pipi no pinico sozinho (sob a ameaca que eu tire seu programa de TV, hahaha...espontaneamente ainda não vai), limpar o pipi do chao com o paninho. Me ajuda a guardar compras no armario. Pede “papá” pra comida , diz que quer “naná”, pede “cuco” (suco). 


De hiperativo, passou apenas a ativo. Sem nenhum medicamento pra isso, ele se mostrou muito mais sereno, mais lúcido e concentrado, principalmente com a dieta.


Bom, a melhora dele foi nítida pra todos nós... foram tantos os progressos que não dá pra contar tudo. Lembrando que sao poucos meses de tratamento. Estou muito feliz mesmo com a evolução dele.

TRATAMENTO:
Bom, o Gabriel fez e faz tantas coisas, que é difícil precisar o que está fazendo mais efeito. Creio que cada tratamento esteja contribuindo um pouco e que o sucesso seja uma somatória de esforcos, meus (Son-Rise), dieta (sem gluten e sem caseína – lactose e soja), ortomolecular (reposição de vitaminas, inclusive B6, omega 3 e minerais como fósforo, cálcio, magnésio, zinco, etc) e desintoxicação de metais como alumínio e chumbo e terapias (fono, psicóloga com principios do Son-Rise, TO com musicoterapia, TO com Integração Sensorial e equoterapia).


Os que vi resultados mais imediatos foram o tratamento ortomolecular, a dieta, e o Son-Rise. Outros demoram um pouco mais.
Agora, alguns meses depois, descobri que boa parte desses tratamentos que usamos sao os mais famosos por bons resultados nos Estados Unidos, conhecidos como “protocolo DAN!” , do site americano Defeat Autism Now.


Agradecimentos:
Primeiramente a Deus. Minha força sempre veio dele e continua vindo. Tenho certeza de que todos esses tratamentos alternativos, bons profissionais e pessoas maravilhosas não caíram na minha vida por acaso. Obrigada, Pai, por apontar o caminho.
Agradeço muito à minha irmã, médica otorrino, que me disse uma coisa muito importante, que me incentivou muito a ajudar meu filho. Só que não esperem nenhuma frase poética, pois não é o estilo dela...ela me disse: “Tati, o nome do diagnóstico não importa... se é Autismo, se é Asperger, ou Transtorno Invasivo..isso não faz diferença...não fique esperando o diagnóstico final pra começar a agir... quanto mais cedo melhor... não se deixe impressionar pelo nome do problema. Seu filho tem dificuldades e precisa de ajuda, e ponto. Ele tem dificuldades na fala e interação, então precisa de ajuda, de estímulos, muitos estímulos, e fono... e isso vai ajudá-lo, não importa o nome que os psiquiatras dêem ao que ele tem. 


Eu atendo muitos pacientes Síndrome de Down que sao completamente dependentes pra tudo. E outros que você só percebe que são Síndrome de Down pela fisionomia, pois trabalham, sao independendtes, têm vida própria... normal. E sabe qual a diferença entre um e outro? Os pais.”


Nesse momento percebi que para o meu filho ter uma vida normal, talvez a minha não fosse meio louca... no bom sentido. Que ele poderia sim, apesar do autismo, superar muitos obstáculos e viver uma vida praticamente normal.


Depois que ela me disse isso eu parei de ficar visitando mil psiquiatras pra confirmar ou contestar o diagnóstico (até aí eu estava obcecada com o nome, queria muito ouvir de alguém que o diagnóstico estava errado) e passei a estimular meu filho em casa, horas por dia, pois vi que os psiquiatras podiam fazer muito pouco pra ajudar um autista. E com isso ele já comecou a melhorar.
Apenas mais tarde fui saber que o método que eu estava usando com ele em casa se chamava Son-Rise e já tinha sido usado e aperfeiçoado muitos anos atrás. Mas que também estava funcionando com meu filho (e eu achando que estava inovando ). Tem um site que fala muito sobre isso no Brasil, chamado “Inspirados pelo Autismo”. O método surgiu da mãe cuja historia real foi retratada no filme “Meu filho, Meu mundo”, bem antigo, mas que eu só vim a assistir bem após o diagnóstico.


Agradeço muito à neurologista dele, Dra Kátia, que também foi um anjo nesse processo. Ela me disse que, após ter visto a evoluçao de um paciente dela, que hoje tinha saído do espectro, ela dava o diagnóstico de autismo com muito mais esperença, especialmente em crianças pequenas. Ela teve a humildade de dizer que a medicina tinha pouco a oferecer em termos de tratamentos, mas me recomendou conversar com a mãe do menino, que não tinha medido esforços pra ajudar o filho.


Agradeço à Príscilla, que foi essa mãe ilumindada, que me ajudou muito, me orientou com todos os tratamentos e dietas que ela fez, e eu estou seguindo tudo. Meu filho não está indo tao rapido quanto o dela pois eu comecei um pouco mais tarde. Mesmo assim estou infinitamente feliz com os resultados que ele já teve e me coloco à disposiçao pra quem quiser trocar idéias, receitas sem gluten e sem lactose, ou precisar de ajuda com indicações de profissionais. Meu email pessoal é tatiboavida@gmail.com.
Abraços a todas e não desaninem. Autismo não é uma tragédia, é um desafio.


Se Deus nos deu esse desafio é porque Ele tem um propósito pra isso.


E nunca pensem que não vão conseguir, pois ele é Deus, pode tudo, e não escolhe os mais capacitados, ele capacita os escolhidos.

OBS: não estou divulgando nossos sobrenomes, pois tenho a certeza da recuperação do meu filho, e não quero que esse diagnóstico possa vir a atrapalhá-lo profissionalmente no futuro, sabemos que o preconceito existe. Fica uma fotinho dele após o tratamento...

CASAMENTO:
Sou casada e meu marido agora me apóia bastante. Fomos até a um workshop juntos sobre autismo. 


Mas não foi sempre assim... 
Principalmente no início, me senti muito sozinha nessa luta. Ele não expressava muitos sentimentos a respeito do assunto, não chorava, não ia comigo atras de tratamentos, não lia sites de autismo, desconversava quando eu tentava discutir tratamentos. Não incentivava nos tratamentos. Nessa mesma época li aqui vários depoimentos de pessoas cujos casamentos acabaram após o diagnóstico... e isso me desanimou muito... nós também tivemos o casamento abalado... Me doía muito ver que enquanto eu chorava e me descabelava buscando vários tipos de tratamentos, ele não queria saber de nada disso.


O que nos segurou juntos, além de amor e fé, foi que eu passei a entender que homens reagem diferente nessas situacoes, lidam com os sentimentos de forma diferente, e que não era descaso dele. Ele não queria falar no assunto porque era difícil demais pra ele suportar. Não tomava muita ação porque se sentia perdido, não sabia por onde começar, já que os psiquiatras não davam muita esperança. 


Assim que comecei os tratamentos e o Gabriel comecou a melhorar, meu marido começou a se empolgar e me ajudar. Hoje ele me dá muita força, brinca muito com meu filho, ora bastante, e não seria possével fazer tudo o que faço pelo meu filho sem esse pai maravilhoso.


Se vale aqui um conselho: sejam pacientes com os maridos... é difícil pra eles também... e comecem vocês mesmas a lutar, a fazer os tratamentos, depois eles vão se juntar a vocês. Deus nos fez homens e mulheres não para sermos iguais, mas complementares... e deu às mães uma força infinita pra lutarem por seus filhos. É por isso que NÓS ficamos grávidas e não eles  .


Grande abraço!
Tati

 

ENTRE EM CONTATO

Com o formulário de contato você pode nos enviar dúvidas, sugestões etc

entrar em contato